quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Jogos Olímpicos em Estocolmo? Não, obrigado.



Os grandes eventos desportivos internacionais são vistos como uma oportunidade para o país organizador ganhar notoriedade em todo o mundo, mas para algumas nações o esforço financeiro exigido pode não valer a pena.


Um desses exemplos pode ser encontrado na capital sueca, Estocolmo, que rejeitou organizar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. No final da semana passada, a assembleia municipal da cidade não aprovou a organização da competição, com o apoio da autarquia e do próprio governo.

"Não posso recomendar à assembleia municipal que dê prioridade à realização de um evento olímpico", afirmou o autarca Sten Nordin, em declarações reproduzidas pela BBC. "Precisamos de dar prioridade a outras necessidades, como a construção de mais casas na cidade", acrescentou.

O próprio governo sueco mostrou-se contra a organização dos jogos, por considerar que a estimativa de custos era muito otimista, e não incluir, por exemplo, a despesa com a segurança. "O prejuízo vai acabar por ser pago pelos contribuintes", alertou o primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt em dezembro.

Há realmente muitas diferenças entre as nações pobres (de espírito e economia) do sul da europa e as nações ricas do norte da europa. Na verdade, já é impossível ignorar este choque de mentalidades entre o Norte civilizado e o Sul que não soube lidar com o novo-riquismo pós moeda única. É facilmente compreensível que eles nos olhem como nós olhamos hoje os angolanos ou os catarenses. Mas com uma grande diferença, Angola e Catar são países ricos, produtores de petróleo, mas pobres em educação, ciência e cultura. Portugal, Espanha e Grécia são países pobres que pretenderam enganar o Mundo, e os próprios cidadãos, com organizações megalomanas, como foi o Euro 2004 ou JO Atenas 2004. 

E foi logo aí que tudo se começou a desmoronar. Isto porque, ao contrário dos políticos suecos, os pequeninos e míopes governantes do sul da Europa não deram prioridade a outras necessidades, como a construção de novas casas, novas creches, escolas ou lares de terceira idade, etc.

Enquanto uns se endividam para poder oferecer automóveis aos filhos, os dinamarqueses e suecos andam de bicicleta e têm na garagem uma carrinha Volvo com 20 anos mas muita segurança. Enquanto uns se endividam para construir estádios de futebol, hoje decadentes e sem qualquer utilidade, os suecos constroem casas para os mais desfavorecidos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

AO 2014: os melhores momentos

Terminou o Australian Open.

O melhor torneio em termos de ambiente, de adeptos e cobertura televisiva terminou com a vitória de Na Li e Stanislas Wawrinka.

Dois campeões inesperados mas justos!

Maiores desilusões: Novak Djokovic, Serena Williams e Victoria Azarenka.

Melhores surpresas: Stanislas Wawrinka, Eugenie Bouchard e Roger Federer.

Não terá sido o torneio mais competitivo e bem disputado dos últimos anos (a final de 2012 entre Djoko e Rafa é inesquecível), mas em organização, ambiente, calor humano (e não só!) e espetáculo televisivo continua imbatível.

Aqui ficam os melhores momentos deste AO 2014.

Obrigado, Aussies !!

domingo, 26 de janeiro de 2014

Stanislas Wawrinka



 
O campeão do Portugal Open, foi o justo vencedor deste Australian Open 2014. Numa final inédita, que opos o suiço Stanislas Wawrinka a Rafael Nadal, o atual oitavo jogador do ranking ATP retirou ao maiorquino a possibilidade de igualar os 14 títulos de Grand-Slam de Sampras, vencendo por 3 sets a 1, com parciais de 6-3, 6-2, 3-6 e 6-3.
 
Muito se irá escrever nos jornais acerca dos problemas nas costas de Nadal. Espero, no entanto, que a justiça seja feita ao suiço que foi o primeiro jogador a bater num mesmo torneio Djokovic e Nadal, atuais números dois e um respetivamente. Um feito que não poderá passar despercebido e que, além de ter ultrapassado Berdych e Robredo, em encontros de grande intensidade competitiva, cria uma certa unanimidade em torno da justeza desta vitória. Digamos que foi um desfecho inesperado, mas justo!
 
A história desta final, bem ao contrário das duas últimas deste Grand Slam, resume-se ao primeiro set. E aí, apesar de ser a primeira final do jogador helvético, ficou bem patente a superioridade de Stan, "the man"...
 
A mais bonita e eficiente epancada de esquerda do circuito masculino (ver post do Portugal Open) conseguiu atirar Nadal para fora do court, onde ele tanto gosta de estar, permitindo ao suiço terminar os pontos com a sua esquerda paralela, hoje muito eficaz.
 
O maiorquino cedo percebeu que hoje enfrentava um adversário muito forte fisicamente, psicologicamente e com um ténis potente. Com winners de direita cruzada e esquerda paralela, Wawrinka fez tremer Nadal, que ia ficando cada vez mais tenso e impotente.
 
Apesar de não gostar do estilo, considero Rafael Nadal um exemplo de profissionalismo e humildade no ténis. Por isso, longe a teoria de ter arranjado uma desculpa quando perdeu categoricamente o primeiro set e já perdia o segundo. Mas acredito que a tensão do espanhol, aliada à frescura física de Wawrinka que o obrigava a deslocar constantemente para as linhas laterais, estiveram na origem da lesão nas costas.
 
Por isso, e como esta final terminou aí (parece-me uma boa atitude ter-se continuado a bater até ao match point), nós, os apaixonados do ténis, só temos que agradecer ao campeão do Portugal Open ter-nos proporcionado os melhores momentos de ténis deste Grand Slam.
 
Considero que o encontro, disputado em cinco sets, entre Djokovic e Wawrinka foi a final que este Australian Open não chegou a ter. Acredito que se Roger Federer tivesse vencido o tie-break da primeira partida das meias frente a Nadal, poderia ter chegado à final e aí lutar com o seu compatriota suiço. Terá sido uma oportunidade perdida, e o próprio sabe-o bem.
 
Mas, mesmo numa hipotética final helvética, se Stanislas não se deixasse inferiorizar por estar a defrontar a lenda suiça do ténis, atualmente teria ténis para conquistar este Grand Slam da Ásia Pacífico.
 
 
 
 
Parabéns ao suiço de Lausanne, que já é o terceiro melhor jogador do mundo!