quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Azarenka e Djokovic - Mais Líderes

Terminou o Australian Open e, a partir de agora, apenas dois tenistas estão em condições de conquistar o Grand Slam. Este foi o termo adotado quando o mesmo jogador conseguia o feito de conquistar os quatro torneios principais (outrora designados "majors", mas hoje de "Grand Slams"). Estes são Roland-Garros, Wimbledon, US Open e Australian Open.

O mais interessante é que se tratam de Novak Djokovic e Victoria Azarenka, nem mais nem menos do que os atuais líderes dos rankings ATP e WTA, respetivamente. E numa modalidade em que o fator mental pode desempenhar um papel preponderante, tornando a tarefa de defesa do número 1 muito difícil, a conquista do primeiro Grand Slam do ano só vem reforçar o mérito de ambos os jogadores.



À partida, a tarefa parecia mais difícil para Victoria Azarenka, porque não estava em jogo apenas o bi, mas a disputa direta da liderança do ranking contra a bela Maria Sharapova e a fera Serena Williams. Enquanto as duas arrasavam adversárias e marcavam feitos, Vika sofria com um jogo inconstante. Azarenka vem, por isso, demonstrar que apesar da sua juventude conseguiu ultrapassar as fragilidades mentais que estiveram por trás de algumas atitudes muito criticáveis dentro do court. Mérito seu e do seu treinador Sam Sumik, que conseguiu transformar uma impertinente bielorrussa numa jogadora que poderá fazer história no ténis feminino.

E o que dizer de Novak Djokovic? Não foi uma final brilhante, pelo que a memória do histórico duelo Djokovic - Nadal da temporada transata esteve sempre presente. Diga-se, em abono da verdade, que o estilo de jogo de Andy Murray muito dificilmente proporcionará algum dia duelos históricos, ao nível do que já assistimos entre Roger, Rafa e Novak. Apesar da clara evolução do jogo do escocês, desde que contou com a colaboração de Ivan Lendl, há ainda uma ténue fronteira entre os três primeiros e Andy, sem desprimor para o detentor do ouro olímpico. E essa diferença já não se situa no campo mental, como o foi durante algum tempo, mas essencialmente ao nível do estilo de jogo ofensivo que, em determinados momentos, falta a Murray. Se tem grande capacidade de jogo defensivo, praticamente ao nível de Nadal, ainda terá que trabalhar a transição desse jogo defensivo para o jogo ofensivo, algo que o maiorquino pratica tão bem.



Se é certo que a potencial conquista da segunda partida por parte de Andy poderia dar um rumo diferente aos acontecimentos, também foi seguro para os entendidos do circuito que a partir da conquista da segunda partida, muito dificilmente Djoko deixaria escapar a possibilidade de revalidar o título (na verdade, "trivalidar", já que é o terceiro consecutivo). Foi aí a chave desta final, ficando até a sensação que o sérvio não necessitou de se esforçar ao máximo, frente a um escocês que acusou o golpe. As duas últimas partidas não foram dignas de uma final de Grand Slam, reavivando a memória daquele Andy Murray que entrava nas finais já derrotado. Uma lição para o escocês e a confirmação de que Novak Djokovic é, sem qualquer dúvida, o melhor jogador masculino da atualidade. Será Nadal capaz de lhe fazer concorrência, ou irá o sérvio triunfar em Roland-Garros pela primeira vez, já este ano?