sábado, 19 de janeiro de 2013

Simon v Monfils


Mais um encontro épico, desta vez entre dois jogadores franceses. 4 horas e 43 minutos de ténis francês ao mais alto nível. Equilíbrio entre dois estilos bem diferentes é a forma mais simples de resumir este encontro. Com o marcador igualado a 4 no segundo set, os compatriotas Gilles Simon e Gael Monfils partiram para o rally mais longo de que tenho memória, com 71 troca de bolas durante 2 minutos e 9 segundos.

Simon acabou por vencer por 6-4, 6-4, 4-6, 1-6 e 8-6 numa exibição que será lembrada pela garra e determinação.

A quinta partida, que durou 1 hora e 34 minutos, transformou este encontro em mais um momento épico de ténis, no qual ambos os tenistas atingiram os limites do fisicamente possível. Assistidos em cada troca de campo pelo massagista de serviço, Simon no braço e Monfils na perna, deram o melhor de si na última parte do encontro, pleno de emoção e equilíbrio.

Simon aparentava estar naquela fronteira em que fisicamente se está ali no court mas todos os gestos são mecânicos e não refletidos, deixando-se levar pelas decisões do seu compatriota, batendo muito bem a pancada de esquerda e aproveitando algumas direitas para tentar o seu jogo de rede. Monfils deixou de arriscar, mantendo a esquerda a bom nível mas falhando algumas pancadas de direita. Por isso, já os jogadores se arrastavam no court, quando ainda foi possível assistir a trocas de bola com 41 pancadas.

E já perto da 1 hora local, com as bancadas praticamente repletas de um público que reconhecia em cada jogada o esforço dos franceses, Simon concluiu o quinto set por 8-6. Não houve lugar a festejos efusivos, mas antes um forte abraço entre os dois compatriotas, bem cientes que tinham acabado de fazer história.

E qual o prémio para Gilles Simon? Um encontro de quartos-de-final com o vencedor do US Open e terceiro cabeça de série Andy Murray, na próxima segunda-feira.







quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Kimiko Date-Krumm



A figura deste terceiro dia de Australian Open foi, sem dúvida, a japonesa de 42 anos Kimiko Date-Krumm. Kimiko fez hoje história ao ser já a jogadora mais velha a passar à terceira ronda de um GS.

Com os termómetros a marcar 39ºC em Melbourne, a veterana japonesa derrotou a ex número 11 do WTA Ranking, Shahar Peer. Na primeira ronda tinha já eliminado a russa Nadia Petrova, ex número 3 do ranking. Os fãs australianos (melhor dito, os seus pais) tinham já tido a oportunidade de ver a japonesa defrontar Steffi Graf, no longinquo ano de 1994, nas meias-finas deste torneio. 19 anos (a idade de muitas jogadoras) passaram e chega a ser contagiante a alegria e o entusiasmo com que Kimiko joga e fala da sua carreira.

A sua amiga Graf já a aconselhou a encostar a raquete, para constituir uma família, tal como ela. Mas Kimiko não lhe fez a vontade e, assim, conseguiu fazer história. O segredo? Alimentação oriental e muitos banhos gelados.


Aí está o Australian Open!

Terminaram as férias tenísticas e os melhores jogadores de ténis do Mundo já se encontram na Austrália. A 101º Edição do Australian Open teve início no dia 14 de janeiro, ainda em ritmo de passeio, e aí estará até 27 de janeiro.

O Australian Open é, juntamente com Roland Garros, o meu Grand Slam preferido. Incomparáveis, cada um com o seu estilo, mas dois eventos desportivos de sucesso reconhecido mundialmente.



Na verdade, e talvez para espanto de muitos, o Grand Slam da Ásia Pacífico, é hoje considerado o maior torneio de ténis do Mundo. Isto, desde a mudança para o piso sintético do espetacular Melbourne Park, em 1988. O Australian Open foi o primeiro Slam a ultrapassar a marca dos 500 mil espectadores (ano 2000) e dos 600 mil (2008), além de deter hoje o recorde de público para um único dia (80.649 no primeiro sábado de 2012). Este Grand Slam é igualmente o maior torneio do calendário em termos de prémios, atingindo 31,5 milhões de USD, muito favorecido pelo câmbio da moeda local, que hoje vale mais do que o dólar americano. Só para se ter uma ideia, o campeão masculino de singulares levará para casa qualquer coisa como 2,5 milhões de USD, outro recorde.

O Melbourne Park encontra-se no centro da cidade (a 5 minutos de tram e 10 minutos a pé), separado por pontes pedestres do Melbourne Cricket Ground no Yarra Park. Como se vê na fotografia, é um local magnífico para a prática do ténis, assim como de outras modalidades desportivas, tão populares neste país. Com capacidade para 15000 espetadores, a Rod Laver Arena foi o primeiro recinto de ténis a possuir uma cobertura retrátil, que se adapta bem ao clima de Melbourne, com temperaturas elevadíssimas ou chuva intensa. A Hisense Arena, inaugurada em 2000 e com capacidade para 10500 adeptos, também possui um teto retrátil.

Apesar da diferença horária, teremos oportunidade de ver no Eurosport nos próximos dias mais de 300 horas de ténis de qualidade e um grande espetáculo de cor, som e movimento que fazem deste torneio... o esplendor do ténis !